28 de novembro de 2008

Francis, o Grande

Na semana passada Francis Obikwelu, o melhor velocista português de todos os tempos decidiu colocar um ponto final na carreira de alta competição, cumprindo apenas o ano de contrato que o vincula ao Sporting, e como se pode ler aqui, inaugurou uma Fundação com sede em Albufeira e que tem como objectivo apoiar os mais jovens na prática desportiva. Uma atitude louvável.
Muito se falou sobre a sua naturalização, mas Francis já deu mais do que provas dos seus sentimentos por Portugal. Senão vejamos: quando ganhou a medalha de prata no Jogos Olímpicos de Atenas, dedicou essa medalha a todos os deficientes, um gesto que depois os atletas paralímpicos tentaram retribuir; quando em Pequim falhou o acesso à final dos 100 m, teve a humildade de pedir desculpa a todos os portugueses; agora inaugura esta fundação para servir os miúdos.
Apesar de Francis não falar fluentemente a língua de Camões, o que me impressiona mais é que na hora da derrota alguns jornalistas portugueses que faziam a cobertura das olimpíadas, se referiam a Francis como "o atleta nigeriano". Esses mesmos jornalistas são aqueles que gostam de ver a Selecção de futebol recheada de mercenários brasileiros (mesmo que sejam do meu clube).
Recorde-se que Francis chegou a Portugal fugido num campeonato de juvenis, tendo-se refugiado no Algarve aos 16 anos, onde começou a trabalhar nas obras até descobrirem o diamante que ali estava.
Obrigado Francis Obikwelu.

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